Negociações com os bancos continuam hoje (29)
Na última sexta-feira (26), a Federação Nacional dos Bancos insistiu em apresentar proposta que propõe perda salarial, com reajuste de apenas 75,8% da inflação, o que leva a categoria bancária a ter uma perda real de 2% nos salários. Além de rejeitar a proposta em mesa, o Comando Nacional dos Bancários indicou a rejeição também nas assembleias realizadas simultaneamente. A proposta foi rejeitada por 98,47 % dos bancários.
Até o momento foram realizadas 17 reuniões de negociação após a entrega da minuta e até o momento os bancos não apresentaram proposta com aumento real. “Não podemos aceitar uma proposta que impõe perda salarial aos bancários. Até o momento tivemos avanços na PLR, mas precisa melhorar. Os bancos precisam vir com proposta que valorize a categoria, não o contrário”, explica Reginaldo Breda, secretário geral da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
As negociações terão continuidade nesta segunda-feira (29), a partir das 14h, presencialmente, em São Paulo.
PLR
Com relação à proposta para Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) os bancos desistiram de pedir a compensação (redução) das verbas pagas em programas próprios na parcela adicional da PLR da Fenaban.
Assembleias
As assembleias ocorreram na noite de sexta-feira (26) em todo o país. Além de analisar e votar a proposta, a atividade resultou na autorização do estado de assembleia permanente, que permite que o Comando Nacional dos Bancários convoque a categoria a qualquer momento para avaliar e deliberar sobre novas propostas.
Avanços
Complementação do auxílio doença
Com relação ao auxílio doença previsto na cláusula 29 da CCT, os bancos queriam incluir uma alínea ao parágrafo primeiro da cláusula para estabelecer que somente teria direito ao auxílio o empregado que tivesse retornado ao trabalho e trabalhado ininterruptamente pelo período mínimo de 6 meses após o recebimento da última complementação, mas após reivindicação do Comando, os bancos retiraram a proposta.
Teletrabalho
É um tema novo que vai entrar na CCT. Os bancos concordaram com a reivindicação de controle de jornada para todos os trabalhadores; com o fornecimento e manutenção de equipamentos; com o direito à desconexão para que gestores não demandem os trabalhadores fora do horário de expediente dos mesmos; com a manutenção dos direitos da CCT aos trabalhadores que realizem suas funções fora das dependências do banco; com prevenção e precauções com a saúde dos trabalhadores; com a criação de canal específico para que os trabalhadores em teletrabalho tirem suas dúvidas.
Os trabalhadores com filhos de até quatro anos, ou com deficiência terão prioridade e as bancárias vítimas de violência doméstica poderão escolher se preferem trabalhar em domicílio, ou nas dependências do banco.
Os bancos facilitarão a realização de campanhas de sindicalização e o contato com os trabalhadores em teletrabalho.
Será criado um GT bipartite para acompanhar o cumprimento da cláusula.
Mas ainda falta avançar na ajuda de custo.
Assédio sexual
A nova cláusula sobre assédio sexual fará repúdio à esta prática nos bancos e os gestores e empregados passarão por treinamento para prevenção e esclarecimento sobre possíveis consequências. Também está em debate a participação das entidades sindicais no canal de denúncias a ser criado, assim como o acompanhamento dos casos pela comissão bipartite de diversidade que já existe.
Assédio moral e cobrança de metas
O tema será pautado na primeira reunião de negociação de 2023 dos bancos que têm comissões de empresa. Os bancos que não têm comissão de empresa devem realizar reunião específica com a representação dos trabalhadores para tratar do tema, a pedido do sindicato.
Tuitaço
Mais um tuitaço será realizado hoje pela categoria para mostrar indignação aos bancos e reforçar a cobrança por proposta decente. A atividade ocorre entre 11h e 12h com a hashtag #MerecemosRespeito!