Além das datas das próximas reuniões, foram definidas premissas dos debates nos GTs de Promoção por Mérito, Saúde Caixa e da Mesa de Negociações sobre questões específicas de caixas e tesoureiros
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal se reuniu com o banco nesta quinta-feira (10) para dar continuidade às negociações permanentes sobre questões de interesse das empregadas e empregados. Entre os temas mais imediatos, a Promoção por Mérito 2024: definição dos critérios, forma de apuração e data para pagamento dos deltas. As questões relacionadas ao Saúde Caixa e a continuidade das negociações sobre questões envolvendo caixas e tesoureiros também estiveram entre os principais temas debatidos na reunião.
“Nosso papel, como movimento sindical, é defender os interesses das empregadas e empregados e a manutenção do caráter público da Caixa. Neste sentido, nossa luta é por valorizar o banco como instrumento fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país e o reconhecimento de que nossos colegas de trabalho são os responsáveis pela execução das tarefas necessárias para que a Caixa cumpra este papel e, consequentemente, também precisam e devem ser valorizados”, disse o coordenador da CEE, Rafael de Castro.
Promoção por Mérito
O representante da FeebSPMS, Tesifon Quevedo Neto, destacou que o banco desempenha tarefas fundamentais na execução de políticas sociais do governo federal. “Por isso o debate que será realizado no GT de Promoção por Mérito é muito importante. Temos a missão de deixar claro que não apenas as atividades comerciais do banco, mas também aquelas de atendimento aos beneficiários dos programas do governo, do FGTS, e outros tantos trabalhos fundamentais para o país devem ser reconhecidos, independentemente de trazer resultados financeiros para o banco”, observou.
A reunião do GT de Promoção por Mérito ficou marcada para o dia 15 de outubro, às 10h30, por videoconferência. Mas a CEE ressaltou a necessidade de o banco fornecer, antes da reunião, informações sobre o orçamento definido para o pagamento dos deltas, os números do pagamento da promoção por mérito referente a 2023 (que foi paga este ano), quantos empregados promovíveis existem em cada referência. A CAIXA ficou de mandar as informações para a CEE até segunda-feira (14).
Saúde Caixa
A reunião do GT Saúde Caixa ficou agendada para o dia 21 de outubro, às 10h30, por videoconferência. Além da apresentação dos números do plano, também estarão em pauta a discussão sobre o fim do teto de custeio pelo banco com a saúde dos empregados, estabelecido atualmente em 6,5% da folha de pagamentos; a extensão do direito de manutenção do plano após aposentadoria aos empregados contratados a partir de 2018; a continuidade da implementação e funcionamento das GIPES, REPES e a recriação dos comitês regionais de credenciamento e descredenciamento; a taxação do plano prevista no PLP 68/2024, que tramita no Senado; e questões relacionadas à auditoria do plano.
Caixas e Tesoureiros
O coordenador da CEE lembrou que o debate sobre caixas e tesoureiros é uma continuidade das negociações realizadas durante a Campanha Nacional dos Bancários. Ao final das negociações, o tema foi apartado do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para que, dentro de 50 dias, apresentasse alternativas aos pontos tratados durante a campanha. A negociação ficou agendada para o dia 29 de outubro, às 10h, na forma presencial, em Brasília.
“Sobre isso, reforçamos, é primordial que a Caixa nos dê acesso a dados antecipadamente, com clareza, completude e transparência. Com as informações inerentes ao tema em mãos, partir para ouvir a base, realize plenárias e conversar olho-no-olho com as empregadas e empregados.”, reforçou Tesifon. O coordenador da CEE, Rafael de Castro, finalizou: “Com os dados em mãos, vamos conversar com os empregados, ouvir o que eles têm a dizer para podermos encaminhar o debate”.
A CEE pediu que a Caixa informe a quantidade de empregados que realizam a função por minuto e por prazo e desde quando. Quantos realizam de forma ininterrupta e quais as funções eles realizam de forma efetiva. Também querem informações sobre o passivo trabalhista envolvendo esse segmento em ações referente ao intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalho (10/50); quebra de caixa, 7ª e 8ª horas-extras e substituição de função. Outro dado solicitado é q quantidade de caixas e tesoureiros afastados para tratamento de saúde.
A Caixa ficou de passar as informações à CEE até o dia 17 de outubro, para que esta repasse aos sindicatos e esses realizem plenárias sobre o tema com os empregados e empregadas até o dia 25 de outubro e a CEE tenha estes debates tabulados pelos sindicatos antes do dia 29, quando será realizada a reunião presencial de negociação com o banco.
Outros temas
Banco do futuro: para o coordenador da CEE, na Caixa, a transição para o futuro precisa atender a necessidade do banco e da sociedade, sem prejudicar os empregados. “A Caixa é mais do que um banco. Ela precisa enxergar onde está seu nicho de atendimento e investir pesado em oferta de soluções financeiras a uma multidão que anseia por nossos serviços, mas que há mais de uma década está sendo jogada para as lotéricas, fintechs e cooperativas” observou. Para ele, a Caixa não pode abrir mão de disputar todos os segmentos de mercado. “A relevância da Caixa 100% pública se faz em todos os níveis de atendimento. E precisamos retomar a confiança de um grande público que foi posto pra fora do banco numa política equivocada de diminuir atendimentos, que resultou em migração em massa de nossos clientes (e sua rentabilidade ) para instituições que cobram 10%, 12%, 15% de juros em operações de crédito pra quem poderia muito bem estar pagando taxas muito menores que são as cobradas pela Caixa, ampliando nosso resultado e fazendo a Caixa cumprir seu papel de agente de políticas públicas”, ressaltou.
Condições de trabalho: outro tema que voltará a ser tratado assim que forem encaminhados os temas mais urgentes é o que se relaciona com as condições de trabalho dos empregados. “Durante as negociações ficamos de retomar os fóruns regionais de condições de trabalho e o GT de Condições de Trabalho e não podemos deixar isso cair no esquecimento, pois existem muitos problemas que afetam o dia a dia de trabalho no banco”, disse Rafael de Castro.
Teia e Minha Trajetória: a CEE também quer retomar o debate sobre os programas de desenvolvimento e de avaliação de desempenho dos empregados, para permitir verdadeiramente o desenvolvimento de todos e evitar que sejam usados critérios subjetivos na avaliação, que dão margem para o assédio e favorecimentos pessoais.
Recepção aos novos contratados: Houve uma turma de novos contratados de todo o país que foram recepcionados em Brasília sem a participação das entidades sindicais. A CEE cobrou e a Caixa se comprometeu a dar espaço para os sindicatos participarem dos eventos de recepção aos novos contratados, que agora serão regionais. O próximo evento de recepção será realizado no Rio de Janeiro, no dia 21/10. A Caixa já vai avisar a SR local para abrir espaço para o movimento sindical e associativo participar da atividade. Não há outra data agendada e o banco ficou de avisar ao sindicato local e à Contraf-CUT quando houver uma nova data.
Funcef: a CEE cobrou da Caixa o compromisso, assumido em mesa de negociações, de que seria instalado um GT Tripartite com a Funcef e a CEE para tratar de questões específicas do fundo de previdência das empregadas e empregados.
Empregados endividados: a CEE cobrou o compromisso da Caixa, também assumido em mesa de negociações, de que seria estudada uma forma de solucionar o problema de empregados com dívidas em atraso. Caixa informou que os estudos da solução estão em estágio avançado e logo será apresentada a proposta para a CEE.
Fonte: Contraf Cut, com informações e edição Feeb SP/MS