Contec e Fenaban discutem uso de papel térmico e saúde dos bancários

Entidades vão aprofundar estudos e avaliar medidas preventivas sem prejuízo ao atendimento nas agências

Em mesa de negociação entre a Comissão Executiva Bancária de Negociação Nacional (CEBNN/Contec) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada nesta quarta-feira (8), na sede da Contec, em Brasília, representantes das entidades debateram o uso do papel térmico em caixas, impressoras e terminais de atendimento, com foco na saúde dos bancários.

A pauta surgiu a partir de demandas encaminhadas por sindicatos, que registraram ações judiciais pedindo o reconhecimento de insalubridade no manuseio desses papéis, em razão da presença de substâncias químicas potencialmente nocivas à saúde, como os bisfenóis (BPA e BPS). Diante das preocupações, a Contec propôs à Fenaban um diálogo técnico e preventivo para investigar os riscos da exposição e buscar soluções coletivas que preservem a saúde dos trabalhadores.

A Fenaban apresentou uma síntese de estudos sobre o uso de papéis e o entendimento regulatório atual. Segundo a apresentação, não há, até o momento, enquadramento de adicional de insalubridade pela Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15) para esse tipo de exposição. Também foi citado que a Anvisa proibiu o BPA em mamadeiras por princípio de precaução, mas não há restrição geral para outros usos.

A Fenaban reconheceu o uso do mesmo tipo de papel nos cinco maiores bancos, o que reforça a necessidade de uma abordagem conjunta e responsável sobre o tema.

O presidente da Feeb SP/MS e secretário-geral da Contec, David Zaia, destacou a importância de tratar a questão sob a ótica da prevenção.

“A ausência de norma específica não elimina o risco potencial. Nossa preocupação é com a saúde dos bancários, especialmente os que lidam diretamente com o papel térmico. Vamos aprofundar os estudos e buscar soluções preventivas junto aos órgãos competentes”, afirmou.

A CEBNN/Contec defendeu o aprofundamento dos estudos técnicos e científicos sobre o tema e sugeriu o envolvimento de órgãos públicos especializados, como o Ministério da Saúde, o Ministério do Trabalho, a Fundacentro e a Anvisa, para subsidiar futuras medidas de prevenção. As partes concordaram em manter a pauta aberta e avaliar a criação de um grupo de trabalho para acompanhar a evolução dos estudos.

Fonte: Feeb-SP/MS