nadimplência se manteve controlada, mas há piora entre pequena empresa
Por Álvaro Campos e Fernanda Bompan — De São Paulo, para Valor Econômico
O Itaú Unibanco teve lucro líquido recorrente de R$ 6,398 bilhões no primeiro trimestre, com forte queda nas despesas com provisões de crédito e inadimplência ainda bastante controlada. O lucro subiu 63,5% na comparação com o mesmo período do ano passado – quando o banco já começou a reservar dinheiro para lidar com os efeitos da pandemia – e avançou 18,7% ante o trimestre imediatamente anterior. O veio resultado veio acima das projeções dos analistas, de R$ 5,824 bilhões na média.
A despeito da piora na pandemia nos primeiros meses deste ano, o custo do crédito melhorou porque o banco já havia feito as provisões que julgava necessárias para enfrentar a crise.
O banco atribuiu a melhora do resultado a uma combinação de fatores que incluem o crescimento em linhas de negócios como crédito imobiliário e financiamento de veículos, à gestão de custos e ao programa que flexibilizou condições de pagamentos para clientes. “Conseguimos acelerar nossa agenda de transformação digital e diversas outras frentes de trabalho fundamentais para melhoramos significativamente a experiência dos nossos clientes”, disse Milton Maluhy, presidente do banco, em nota.
O Itaú contabilizou margem gerencial financeira de R$ 18,634 bilhões no primeiro trimestre, com alta de 6% ante os três meses imediatamente anteriores e de 4,7% frente ao primeiro trimestre de 2020. As receitas de prestação de serviços atingiram R$ 9,566 bilhões, queda de 2,9% no trimestre e alta de 0,5% na comparação anual. Já as despesas somaram R$ 12,466 bilhões, com recuo de 6,6% no trimestre e alta de 3,2% no ano.
O banco fechou março com R$ 906,354 bilhões na carteira de crédito expandida. O saldo aumentou 4,2% ao longo do primeiro trimestre e cresceu 15,0% na comparação com março do ano passado. A carteira de pessoa física ficou em R$ 260,4 bilhões, com alta de 2,2% no trimestre e de 9,9% no ano. Em pessoa jurídica, chegou a R$ 256,3 bilhões, com expansão de 1% e 15,8%, respectivamente.
A margem gerencial financeira foi de R$ 18,634 bilhões no trimestre, com alta de 4,7% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 6% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Esse resultado foi fortemente impulsionado pelas operações com o mercado, enquanto a margem com clientes, que reflete as operações de crédito, ficou em R$ 16,173 bilhões – queda de 5,1% em 12 meses e alta de 1% no trimestre.
O custo do crédito do Itaú somou R$ 4,111 bilhões entre janeiro e março, com queda de 31,9% no trimestre e de 59,2% em um ano. Esse custo é formado por R$ 4,435 bilhões em despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD), menos R$ 686 milhões em recuperação de créditos que haviam sido baixados a prejuízo.
A inadimplência da carteira era de 2,3% no fim de março, estável na comparação como fim do ano e inferior aos 3,1% medidos no fim do primeiro trimestre de 2020. Portanto, os calotes continuaram sob controle, apesar das projeções de analistas de que haverá alguma deterioração neste ano. No entanto, há nuances. A inadimplência de pessoa física até recuou frente a dezembro, e a de grandes empresas ficou estável em apenas 0,4%. Houve, no entanto, piora em micro, pequenas e médias companhias, com a taxa subindo para 2,5%, ante 1,7% em dezembro e 2,3% em março de 2020.