Lucro do Banco do Brasil cresce 38,5% e chega a R$ 8,7 bi no 1º semestre de 2019

Não existe razão para o desmonte do banco, que está sendo promovido pelo governo

O Banco do Brasil obteve um lucro de R$ 8,679 bilhões no primeiro semestre de 2019, crescimento de 38,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A rentabilidade do banco chegou a 17,4%, ante 12,9%, na comparação entre os mesmos períodos.

A utilização de créditos tributários por parte do Banco do Brasil também contribuiu para melhorar o resultado, já que nesse semestre o banco gastou R$ 1,6 bilhão a menos com tributação sobre o lucro.

O resultado teve um impacto significativo em decorrência do aumento de 24,4% no resultado de intermediação financeira, que cresceu em função da redução de 87% nas despesas com operações de empréstimos, cessões e repasses, sob influência da redução de despesas com recursos captados no exterior e de provisão para devedores duvidosos, que caíram 11,6%.

“Os funcionários trabalham duro para fazer com que o Banco do Brasil seja uma empresa lucrativa, que contribui com dividendos para Tesouro Nacional. Não existe razão para o desmonte do banco, que está sendo promovido pelo governo”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

Nos últimos doze meses, o BB reduziu 1.507 postos de trabalho, e chegou a 96.168 funcionários. Apenas nos últimos três meses o banco reduziu 399 postos de trabalho. Além da redução de postos de trabalho, de junho de 2018 a junho de 2019 houve uma redução do número de agências e de postos de atendimento. São 48 agências e 197 postos de atendimento a menos no período.

Tarifas X empregos

As receitas de tarifas e prestação de serviços tiveram alta de 6,7%, chegando a R$ 14,2 bilhões no semestre, o que permite ao banco cobrir 126% do total de suas despesas de pessoal, incluindo os valores da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR).

“Mesmo tendo lucro cada vez maior com essas receitas secundárias, o banco continua com o desmonte de sua estrutura por meio de fechamento de agências e redução de pessoal”, observou Fukunaga. “Com isso, os funcionários ficam ainda mais sobrecarregados e a população é penalizada pela precarização do atendimento”, completou.

Para o dirigente, a precarização do atendimento é parte da estratégia neoliberal, que visa prejudicar a imagem dos serviços públicos para minimizar a resistência à privatização.

Sindicatos de bancários de todo o país realizam nesta sexta-feira (9), um Dia Nacional de Luta em defesa do Banco do Brasil e de sua capacidade de atender a demanda da população, principalmente a de bairros e municípios afastados dos centros comerciais e econômicos do país, por serviços bancários, assim como a capacidade de fomentar o desenvolvimento socioeconômico do país.

Carteira de crédito

A carteira de crédito totalizou R$ 686,6 bilhões, queda de 0,4% em relação a junho de 2018.

A carteira pessoa física cresceu 7,6% em relação a junho de 2018 (+R$ 14,7 bilhões), fruto do desempenho positivo em crédito consignado (+R$ 6 bilhões), em empréstimo pessoal (+R$ 4,8 bilhões) e financiamento imobiliário (+R$ 2,5 bilhões).

Já a carteira de crédito pessoa jurídica retraiu 7,8% em relação a junho de 2018, principalmente no segmento de grandes empresas.

O índice de inadimplência (relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada) alcançou 3,25% em junho 2019. Ao desconsiderar o efeito de um caso específico no segmento de pessoa jurídica agronegócio o índice seria de 2,61%.

Veja abaixo a tabela com o resumo da análise feita pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT / Paulo Flores